Daniel - Capítulos 10 e 11

Capítulo 10

O capítulo 10 descreve como foi a última visão de Daniel: um anjo com a aparência muito gloriosa vai até ele para lhe passar informações. Neste capítulo, o único recado referente às profecias é:

Capítulo 11

O capítulo 11 é a conclusão das profecias do livro de Daniel; todas as visões proféticas anteriores são preparações que servem para nos mostrar em quais condições o capítulo 11 se cumpriria e, também, quem seriam os governos envolvidos no último tempo da ira de Deus. Antes do capítulo 11, é dito, repetidamente, que as visões se referiam ao tempo do fim; podemos entender o tempo do fim como o tempo do reinado do quarto animal, que é quando surgirá o anticristo.

Outra coisa importante de ser observada é o fato de o anjo mandar Daniel selar o livro até o tempo do fim; isso indica claramente que o selo só poderia ser quebrado no tempo do fim, ou seja, o livro só poderia ser entendido plenamente no tempo do fim.

Isso é repetido algumas vezes ao longo do livro, e não deve ser ignorado; qualquer interpretação que não esteja de acordo com isso deve ser ignorada.

14 Agora, vim para fazer com que você entenda o que vai acontecer com o seu povo nos últimos dias. Porque a visão se refere a dias ainda distantes.

Daniel 12:4 – “Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim;”

Daniel 12:8-9 – “Eu ouvi, porém não entendi; então, eu disse: meu senhor, qual será o fim destas coisas? Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim.

Nós estamos no tempo do fim; nos nossos dias, o selo do livro de Daniel foi quebrado e hoje, graças a Deus, podemos compreendê-lo corretamente. Julgue você mesmo se uma interpretação que não leve isso em consideração deve ser levada a sério.

Será possível perceber que, nos quatro primeiros versículos, o anjo que fala com Daniel faz uma exposição em ordem e muito resumida dos eventos relacionados aos impérios representados pelo segundo e terceiro animais. Ele cita o início e o fim dos impérios dos medos e persas e, em seguida, sem falar explicitamente, descreve o fim do império romano. Após o fim do império romano, quem surge é o quarto animal, que não é citado de forma direta; o que é descrito na sequência são eventos que ocorreriam durante o período de reinado dos poderes simbolizados pelo quarto animal que, como dito anteriormente, representa a democracia - o reinado do povo.

Versículos 1 e 2

1 Mas eu, no primeiro ano de Dario, o medo, me levantei para o fortalecer e animar. 2 Agora, eu vou lhe dizer a verdade: eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será muito mais rico do que todos eles. Fortalecido por suas riquezas, instigará todos contra o reino da Grécia.

Este trecho explica a visão do segundo animal e as três costelas entre os dentes; também confirma em que ponto das visões anteriores o anjo começa a falar com Daniel: no tempo de domínio do segundo animal e vai até o reino da Grécia, que representa o início do reinado do terceiro animal.

Versículos 3 e 4

3Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio e fará o que quiser. 4Mas, no auge do seu poder, o seu reino será quebrado e repartido para os quatro ventos do céu, mas não para a sua posteridade, nem com o mesmo poder com que ele reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros fora de seus descendentes.

O versículo anterior termina citando a Grécia, e este inicia citando que depois viria um rei poderoso, que reinaria com grande domínio, mas no auge do seu poder, teria seu império dividido para os quatro ventos do céu; é uma descrição clara que liga este rei ao terceiro animal e ao bode do capítulo 8. Assim como o terceiro animal, o leopardo, tem quatro cabeças e o bode tem quatro chifres, esse rei tem seu reino repartido para os quatro ventos do céu.

A forma como é descrita essa divisão deixa claro que esse reino não deixou de existir após a sua divisão; mesmo sendo dividido, ainda é considerado o mesmo reino, mas sob o domínio de outros. Esse fato pode ser perfeitamente ligado a história do império romano, conforme descrito no texto sobre o terceiro animal. A história deixa claro que, ao atingir o auge do seu poder, o império romano foi dividido entre quatro imperadores, o que ficou conhecido como tetrarquia romana, e, após isso, foi invadido e dividido por povos que adotaram sua cultura, política e religião. Os reinos menores resultantes desta divisão, em certo ponto da história, se espalharam pelos quatro ventos do céu, ou seja, se espalharam pelo mundo; isso ocorreu através da colonização.

Observação: Até aqui, o anjo fez um resumo das características do segundo e terceiro animais, e daqui em diante são descritos eventos relacionados ao quarto animal, que representa o reino que domina sobre o mundo no momento em que surge o anticristo.

Para compreendermos os fatos narrados do versículo 5 em diante, precisamos compreender o período do fim do domínio do terceiro animal e início do reinado do quarto animal, e, assim, buscar fatos históricos que se encaixem com o que é descrito a seguir. Como foi visto anteriormente, no capítulo 7, no texto que descreve o quarto animal, ao longo dos séculos 18 e 19, houveram grandes movimentos sociais que mudaram os poderes políticos em praticamente todo o mundo; podemos dizer que o auge desses movimentos se deram na revolução francesa; nesse período, se instalou a democracia representativa, o reinado do quarto animal. Sabendo que uma profecia é a descrição antecipada de um evento que ocorreria no mundo, o que devemos fazer é buscar eventos ocorridos após isso e que se encaixem perfeitamente às visões descritas a seguir.

Versículo 5

“5O rei do Sul será forte, mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará, e será grande o seu domínio.

O rei do Sul será forte, mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele” – Isso é a indicação de uma medida de forças; além disso, pelo fato de deixar claro que um dos dois será o rei do Sul, também há a indicação de que o outro estaria ao norte. Um fato histórico recente que se encaixa aqui, ocorrido no início do século 19, é a guerra entre França e Rússia, ocorrida em 1806, onde a França, liderada por Napoleão Bonaparte, invadiu a Rússia, ou seja, uma guerra entre o rei do sul e outro que fica ao norte. Falando brevemente, a França é um país surgido diretamente do império romano do ocidente, a Europa, enquanto a Rússia se ligou a povos europeus e adquiriu a cultura e a religião do império Bizantino, que nada mais é que o império romano do oriente; por isso, a Rússia, é citada aqui como um “príncipe”. Nessa guerra a Rússia derrotou a França; por isso, é dito que o príncipe seria mais forte.

e será grande o seu domínio” – A Rússia também é o maior país do mundo em extensão territorial, o que se encaixa perfeitamente com a frase “e será grande o seu domínio”.

O versículo 5 pôde ser perfeitamente ligado a um fato histórico recente, o mesmo tem que acontecer com os versículos seguintes.

Versículo 6

Mas, depois de alguns anos, eles se aliarão um com o outro. A filha do rei do Sul casará com o rei do Norte, para estabelecer a concórdia. Ela, porém, não conservará o seu poder, e ele não permanecerá, nem manterá o seu poder. Porque ela será entregue, juntamente com os que a trouxeram, o seu pai e aquele que a tomou por sua naqueles tempos.

"Mas, depois de alguns anos, eles se aliarão um com o outro– A primeira frase do versículo 6 é uma continuação do anterior e representa um fato ocorrido no início do século 20, pouco antes da primeira guerra mundial. Em 1907, França, Reino Unido e Rússia, formam uma aliança militar chamada Tríplice Entente, cumprindo assim a frase “eles se aliarão um ao outro”; após a sua medida de forças, França e Rússia se aliaram.

A continuação do versículo traz um jogo de palavras que torna possível ligá-lo a um evento na história recente que tem ligação com os eventos anteriores. Esse evento se encaixa, perfeitamente, com o fato narrado na continuação do versículo. O fato que se encaixa aqui é a aliança militar formada entre Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália; essa aliança foi chamada de Tríplice Aliança e firmada em 1882. Também, é possível ligar perfeitamente a continuação do versículo a forma como terminou a Primeira Guerra Mundial. Vejamos:

A filha do rei do Sul casará com o rei do Norte, para estabelecer a concórdia. A Itália aqui pode ser chamada de “filha do rei do sul” porque, entre 1815 e 1870, durante o Risorgimento - que foi o processo de unificação dos reinos que formavam a península itálica - teve como seu maior apoiador militar a França, que ajudou na libertação de algumas regiões da península itálica do domínio do império austríaco (essa informação será usada à frente). O fato de ela se casar com o rei do norte simboliza a aliança militar formada com a Alemanha e o Império Austro-Húngaro, a Tríplice Aliança, firmada em 1882. A Alemanha nesse momento é chamada de rei do Norte por ficar ao Norte da Itália. A concórdia ser citada é um detalhe impressionante: o casamento ocorreu para formar uma aliança, que é uma concórdia, um acordo.

Ela, porém, não conservará o seu poder” – Isso pode ser entendido como o fato de que ela, a Itália, de alguma forma, não manteria seu poder dentro desta aliança. Foi exatamente o que aconteceu: a Itália abandonou a Tríplice Aliança no início da Primeira Guerra Mundial, mudando para o lado da Tríplice Entente.

e ele não permanecerá, nem manterá o seu poder.” – Isso se encaixa perfeitamente ao fato de que a Alemanha, que aqui é o rei do norte, foi derrotada durante a Primeira Guerra Mundial, o rei do Norte não manteve o seu poder.

Porque ela será entregue, juntamente com os que a trouxeram, o seu pai e aquele que a tomou por sua naqueles tempos.” – Isso completa a frase anterior, e podemos entender que a Itália foi entregue porque, além de abandonar a aliança, ela mudou de lado durante a guerra. Os que a trouxeram, Alemanha e Império Austro-húngaro, foram entregues por que perderam a guerra.

Aqui há um fato importante de ser compreendido para que possamos compreender uma informação impactante que será exposta no versículo seguinte. “Porque ela será entregue ... juntamente ... o seu pai e aquele que a tomou por sua naqueles tempos.”. Nenhum termo da frase anterior está ali à toa e todas têm um significado importante. A frase diz que a Itália foi entregue juntamente com o seu pai e aquele que a tomou por sua; pelo que já vimos anteriormente, o termo “aquele que a tomou por sua” se aplica a Alemanha, que aqui é o rei do norte e foi o idealizador da Tríplice Aliança. O termo “seu pai” tem que ser estudado, pois no início do versículo a Itália foi chamada de filha do rei do Sul em referência à sua história com a França, e sabemos bem que a França se saiu vitoriosa desse conflito.

O que ocorre aqui é que neste momento, o foco do texto muda; nesse ponto o foco do texto é nos chamar a atenção para o fato de que a Itália tem ligações históricas com a Áustria. Sabemos que quem foi entregue juntamente com a Alemanha foi o Império Austro-húngaro e, aqui, ele é tratado como pai da Itália porque também fez parte da sua história. O Império Austro-Húngaro dominou territórios da península itálica durante vários períodos históricos, sendo que o último território sob controle austríaco só foi anexado pela Itália em 1919.

O que foi possível observar até aqui é que a simbologia dos versículos 5 e 6 se encaixa perfeitamente em eventos ocorridos após o período que podemos compreender como o início do reinado do quarto animal. Eles descrevem uma sequência de eventos muito bem conhecidos, que são a guerra entre França e Rússia e a Primeira Guerra Mundial.

Versículo 7

Mas em lugar dele se levantará um renovo da linhagem dela, que avançará contra o exército do rei do Norte, entrará na sua fortaleza, lutará contra eles e prevalecerá.

O versículo anterior fala sobre a filha do rei do Sul, que ficou claro se tratar da Itália; descreve a derrota do rei do Norte, que ficou claro se tratar da derrota da Alemanha durante a Primeira Guerra; e, ao final, chama a atenção ao fato de a Itália ter vínculos históricos com a Áustria e diz que o rei do Norte não se manteria. Este versículo é a continuação dessa sequência de eventos, e usaremos essas informações para entendê-lo.

O termo “linhagem” refere-se ao conjunto de ancestrais ou descendentes que compartilham uma origem comum; no caso da Itália, de acordo com as descrições anteriores, podemos entender como seus ancestrais a França e a Áustria.

Mas em lugar dele se levantará um renovo da linhagem dela” – O fato que está simbolizado aqui é: mas em lugar dele, ou seja, em lugar do rei do Norte, ou seja, na Alemanha, se levantará um renovo, ou seja, se levantará alguém que ressurge, da linhagem dela, ou seja, da linhagem da Itália, ou seja, austríaco ou francês.

Na Alemanha se levantará alguém que ressurge e é austríaco ou francês. Essa é a descrição exata do líder alemão que arrastou o mundo  para  a  Segunda  Guerra Mundial;  vamos entender por quê.

Hitler é um austríaco, que foi um cabo do exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial. No final da batalha, Hitler estava hospitalizado, recuperando-se de um ataque com gás mostarda. Ele ficou profundamente abalado pela derrota da Alemanha. Como muitos soldados desmobilizados, Hitler enfrentou dificuldades para se reintegrar à sociedade. Sem emprego fixo ou formação profissional, após o fim da guerra, ele permaneceu no exército por um tempo. Após se afiliar a um partido político, Hitler chegou ao poder na Alemanha de forma gradual, explorando o descontentamento social, econômico e político que o país enfrentava após a Primeira Guerra Mundial.

Não há como negar a precisão da profecia: um austríaco que se recuperou de um grande choque e superou momentos difíceis chegou ao poder na Alemanha.

...que avançará contra o exército do rei do Norte, e entrará na sua fortaleza, e agirá contra eles, e prevalecerá.” – A forma como o termo “rei do Norte” é usado aqui indica que ele não representa um personagem fixo, mas isso pode ser mudado de acordo com a mensagem que o texto precisa transmitir. Esta passagem parece se referir ao fato de que o antigo “rei do Norte”, a Alemanha, agora atacará países que ficam ao Norte do seu território e se sairá vitoriosa. Há outro fato que se encaixa perfeitamente ao que é descrito aqui; é uma continuação dos eventos anteriores e segue a linha do tempo que vem sendo construída até aqui. O fato é que, no início da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha invadiu países ao norte do seu território e se saiu vitoriosa dessas batalhas.

De forma incontestável, a simbologia do versículo 7 pode ser associada a Adolf Hitler e ao início da Segunda Guerra Mundial.

Nos versículos seguintes, até o versículo 13, ficará claro que a profecia descreve em detalhes algumas ações da Alemanha e as grandes batalhas ocorridas entre Alemanha e Rússia. Como já conseguimos provar a linha que devemos seguir, daqui em diante não será necessário um estudo tão detalhado, mas tudo será descrito e pode ser analisado de forma profunda.

Versículos 8 e 9

Também levará como despojo para o Egito os deuses deles, as suas imagens fundidas e os seus objetos preciosos de prata e de ouro. Por alguns anos, ele deixará o rei do Norte em paz. Depois, este avançará contra o reino do rei do Sul, mas voltará para a sua terra.

Após o início da Segunda Guerra, a Alemanha invadiu o norte da África, o que inclui o Egito. A multidão dos seus objetos preciosos e suas imagens fundidas simboliza as armas, tanques de guerra, carros e aviões com os quais invadiram o norte da África.

Por alguns anos, ele deixará o rei do Norte em paz.” – outra simbologia que se encaixa perfeitamente com o início da Segunda Guerra Mundial: por algum tempo, Hitler não atacou a Rússia, que aqui passa a ser o rei do Norte, deixando-a em paz.

Depois, este avançará contra o reino do rei do Sul, mas voltará para a sua terra.” – Este, o rei do Norte ou a Rússia, atacou a Polônia, que era um território desejado pelos alemães, dividindo-a com a Alemanha. Após isso, o exército russo não fez mais ataques ao sul.

Versículos 10 ao 13

“10Os seus filhos farão guerra e reunirão um grande exército. Um deles virá apressadamente, arrasará tudo e passará adiante; e, voltando, levará a guerra até a fortaleza do rei do Sul. 11Então o rei do Sul ficará furioso e sairá para atacar o rei do Norte. Este reunirá um grande exército, que será entregue nas mãos do rei do Sul. 12O grande exército será levado, e o coração do rei do Sul se exaltará; ele derrubará muitos milhares, porém não prevalecerá. 13Porque o rei do Norte voltará, e reunirá um exército ainda maior do que o primeiro, e, depois de alguns anos, virá com um grande exército e abundantes provisões."

Entre os versículos 10 e 13, há toda a dinâmica das batalhas travadas entre Alemanha e Rússia durante a segunda guerra mundial; vamos ver trecho por trecho para facilitar a compreensão:

Os seus filhos farão guerra e reunirão um grande exército– Na batalha contra a Rússia, a Alemanha reuniu o maior exército já formado, aproximadamente 4 milhões de soldados. A Rússia, inicialmente, também reuniu mais de 1 milhão de soldados, número que aumentou muito com o passar do tempo.

Um deles virá apressadamente, arrasará tudo e passará adiante” – Um dos exércitos, o alemão, adotou uma estratégia de batalha chamada blitzkrieg, ou guerra-relâmpago; é uma estratégia que consiste em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tenham tempo de organizar a defesa. Seus três elementos essenciais são o efeito-surpresa, a rapidez da manobra e a brutalidade do ataque, ou seja, um ataque “apressado” que arrasa tudo e passa adiante.

e, voltando, levará a guerra até a fortaleza do rei do Sul.” – A tradução utilizada neste estudo é a Nova Almeida Atualizada; esta frase tem sentido confuso se comparado com outras traduções Almeida; na versão Almeida Corrigida Fiel está assim: “e, voltando levará a guerra até a sua fortaleza.”. Ou seja, esse exército levaria a guerra à fortaleza do outro, e foi, exatamente, o que aconteceu: os batalhões do exército alemão citado anteriormente foram enviados para a operação de invasão à Rússia.

Então o rei do Sul ficará furioso e sairá para atacar o rei do Norte” – Dois anos após o início da segunda guerra, Hitler ordenou o ataque à Rússia, a Operação Barbarossa; essa foi a maior operação militar na história, e nunca tantos soldados, tanques e aeronaves foram usados ​​em uma única batalha.

Este reunirá um grande exército, que será entregue nas mãos do rei do Sul” – O fato que ocorreu no início da batalha, entre Alemanha e Rússia, é que a Rússia reuniu um grande exército de mais de 1 milhão de soldados, e todo este grande exército foi derrotado, sendo que quase todos os seus soldados foram capturados ou mortos, e mesmo os que foram capturados acabaram mortos enquanto eram reféns dos alemães.

O grande exército será levado, e o coração do rei do Sul se exaltará; ele derrubará muitos milhares,  porém não prevalecerá” –  Após o grande sucesso do início da invasão da Rússia, após a Alemanha eliminar o grande exército russo, Hitler se exaltou, se encheu de soberba e passou a comandar pessoalmente o exército alemão, tomando atitudes soberbas e ignorando seus generais, que, até então, haviam trazido sucesso ao exército alemão. E, realmente, as decisões sanguinárias de Hitler mataram muitos milhares de soldados e civis soviéticos, mas no final isso não o ajudou a vencer a guerra; ao contrário, muitas de suas péssimas decisões causaram a sua derrota.

Porque o rei do Norte voltará, e reunirá um exército ainda maior do que o primeiro, e, depois de alguns anos, virá com um grande exército e abundantes provisões” – Foi exatamente o que aconteceu durante a guerra: as consequências das más decisões de Hitler permitiram que o exército russo tivesse tempo de se reestruturar. No final da segunda guerra, o exército russo tinha um número muito maior de soldados; mesmo tendo perdido a primeira grande multidão de 1 milhão de soldados, a Rússia reuniu quase dois milhões de soldados, e sua capacidade agrícola e industrial fez com que o exército estivesse muito bem preparado, tendo abundantes provisões para os soldados e um grande número de armas, caminhões, tanques e aeronaves.

Versículo 14

“14Naqueles tempos,  muitos se levantarão contra o rei do Sul.  Também os violentos do seu povo,  ó Daniel,  se levantarão para cumprirem a visão,  mas  serão derrotados.

Naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do Sul.” – Não há muito o que ser dito sobre essa frase: foi exatamente o que ocorreu ao final da segunda guerra; muitos países se uniram contra a Alemanha, que aqui é tratada como “o rei do Sul”.

Também os violentos do seu povo,  ó Daniel,  se levantarão para cumprirem a visão,  mas serão derrotados” – Aqui,  o anjo fala com Daniel sobre os violentos do  seu povo; trazendo para os dias de hoje, podemos entender os violentos do povo de Daniel como os judeus que não aceitam Jesus como seu Cristo. A visão que falta ser cumprida ao povo judeu é a visão da reconstrução do templo e da futura glória do povo judeu, descrita claramente no livro de Ezequiel, do capitulo 39 em diante, e em outros profetas. Seguindo a linha do tempo anterior, exatamente após o fim da segunda guerra, o povo judeu retornou para o antigo território de Israel, mas não com a benção que Deus promete. Os judeus, até os dias de hoje, em 2024, tentam reconstruir o templo e devolver a antiga glória ao seu povo através da força, mas, claramente, até agora falharam; estão sendo derrotados.

Ficou claro que, até o versículo 14, temos algumas profecias já cumpridas que descrevem as grandes guerras dos tempos atuais em sequência. Essa é a forma que o Senhor está usando para nos mostrar quando o anticristo surgirá. Após a profecia descrever a Segunda Guerra Mundial, há uma nova grande guerra descrita entre os versículos 15 e 19, e é possível associar alguns eventos da atual guerra entre Rússia e Ucrânia à simbologia usada nesses versículos.

Versículos 15 ao 19

“15O rei do Norte virá, levantará rampas de ataque e tomará cidades fortificadas. As forças do Sul não poderão resistir. Nem mesmo os melhores soldados terão forças para resistir. 16O invasor fará o que bem quiser, e não haverá quem lhe possa resistir. Ocupará a terra gloriosa, e tudo estará em suas mãos. 17Resolverá vir com a força de todo o seu reino e entrará em acordo com o rei do Sul. Ele lhe dará uma filha em casamento, para destruir o reino do Sul, mas isto não vingará, nem será para a sua vantagem. 18Depois, se voltará para as terras do mar e tomará muitas delas. Mas um príncipe porá fim à arrogância dele e fará com que pague por isso. 19Então voltará para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará e cairá, para nunca mais ser achado.

O rei do Norte virá, levantará rampas de ataque e tomará cidades fortificadas. As forças do Sul não poderão resistir. Nem mesmo os melhores soldados terão forças para resistir.” – A simbologia utilizada aqui descreve exatamente o que está acontecendo na guerra entre Rússia e Ucrânia; aqui, apesar do tempo ser outro, a Rússia continua a ser o rei do Norte. A Rússia está invadindo cidades ao sul, que estão sendo fortificadas pelas armas vindas dos EUA e OTAN, mas as forças do sul não estão resistindo. Nem mesmo os seus melhores soldados, treinados pelos EUA e OTAN, ou seus mercenários, contratados de vários países, não estão resistindo ao poder russo.

O invasor fará o que bem quiser, e não haverá quem lhe possa resistir. Ocupará a terra gloriosa, e tudo estará em suas mãos.” – Novamente temos um problema de tradução aqui: o trecho que diz “o invasor” tem traduções diferentes em outras versões; outras versões dizem “Aquele que virá contra ele” ou “O que há de vir contra ele”, o que deixa mais claro o sentido do texto. Aqui, temos algo que ainda virá a acontecer, mas podemos ver claramente que é algo que já está se preparando no cenário da guerra. O termo “O invasor” não trata da Rússia que está invadindo a Ucrânia; a Rússia aqui é tratada como o Rei do Norte; o invasor é aquele que entrará nessa guerra e terá poder para fazer o que bem quiser; esse invasor também ocupará a terra gloriosa, descrição clara dos Estados Unidos, que, além de ser considerado o maior poder militar da atualidade, é a terra mais gloriosa do mundo, um país amado e admirado por quase todos, o país mais rico do mundo, atualmente a terra mais gloriosa do mundo.

Resolverá vir com a força de todo o seu reino e entrará em acordo com o rei do Sul. Ele lhe dará uma filha em casamento, para destruir o reino do Sul, mas isto não vingará, nem será para a sua vantagem.” – O que esse trecho da profecia simboliza é que, quando o invasor resolver agir, ele terá um acordo com ele, ou seja, uma aliança, e esse fato pode ser entendido de acordo com a situação que se desenrola na guerra citada. Se os Estados Unidos resolverem agir, a OTAN ou alguns países europeus o acompanharão. Também é possível entender que haverá algum acordo, ou tentativa de acordo, envolvendo a Ucrânia e a Europa, mas esse acordo não trará vantagem alguma para os Estados Unidos.

18 Depois, se voltará para as terras do mar e tomará muitas delas. Mas um príncipe porá fim à arrogância dele e fará com que pague por isso. 19 Então voltará para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará e cairá, para nunca mais ser achado.” – O que é possível entender aqui é que quando os Estados Unidos entrarem nessa guerra, eles iniciarão as suas ações de forma gloriosa, tomando terras à beira do mar, ou ilhas. Mas, sem muitas explicações, um príncipe os derrotará. Essa passagem é simples, clara e direta na sua mensagem, mas traz grandes implicações para todo o mundo, e as suas consequências podem ser melhor entendidas ao estudarmos o livro do Apocalipse.

A guerra descrita entre os versículos 15 e 19 é a última grande guerra antes da revelação do anticristo; isso ficará claro a seguir.

Versículo 20

Depois, se levantará em lugar dele um que fará passar um arrecadador de impostos pela glória do reino; mas, em poucos dias, será destruído, e isso sem ira nem batalha.

É natural, algo que pode ser visto em toda a história, após um país ou reino sofrer uma derrota militar, ser taxado pelo seu oponente vitorioso. Isso é a continuação dos acontecimentos anteriores: após a derrota militar dos EUA pela Rússia, muito provavelmente a própria Rússia, o rei do Norte, irá cobrar impostos do invasor. Como já foi dito anteriormente, “a glória do reino” refere-se neste momento aos Estados Unidos, o país mais glorioso de todo o mundo.

O ponto que precisa de atenção aqui é o fato de que esse “cobrador de impostos” será destruído em poucos dias, e isso sem ira e nem batalha. Como? Como um país que sai vitorioso de uma batalha dessa magnitude pode ser destruído em poucos dias, ou poucos anos, sem ira nem batalha? Claramente, algo tão grande está explicado na própria Bíblia, e pode ser encontrado ao estudar as profecias do livro de Apocalipse.

Daniel 8:19 fala sobre o último tempo da ira; Apocalipse 15:1 fala sobre os sete últimos flagelos, com os quais se consuma a ira de Deus; ao estudar os dois livros corretamente, é possível entender que eles estão falando do mesmo evento. Ao estudar o livro do Apocalipse, podemos entender que esses flagelos antecedem ou estão ligados à revelação do anticristo, o homem da iniquidade. Esse homem é o principal assunto do livro de Daniel, e não é por motivo qualquer: ele será o homem responsável pela grande perseguição aos cristãos, todos aqueles que são os verdadeiros adoradores do Senhor e seguidores de Jesus Cristo. A prova disso está no que é descrito nos próximos versículos do capítulo 11 - todos são dedicados a nos mostrar as ações do anticristo, e deixam claro que após os eventos da atual guerra que está ocorrendo, surgirão as condições necessárias para que ele se revele.

Segundo as descrições das visões da estátua, no capítulo 2, e dos 4 animais, no capítulo 7, sabemos que é necessário que os 10 dedos, ou os dez chifres, se apresentem ao mundo. O que ocorrerá é que os eventos relacionados a essa guerra, entre Rússia e Estados Unidos, estão inseridos no contexto dos sete flagelos de Apocalipse, e estes eventos juntos serão de tanto impacto à humanidade que trarão as condições necessárias para que haja uma nova divisão mundial, representada pelos dez dedos da estátua, ou pelos dez chifres do quarto animal, que são também os dez chifres da besta de Apocalipse, e são esses dez chifres que entregarão o seu reino ao anticristo.

Versículos 21 ao 45

Os versículos seguintes tratam de eventos futuros, portanto, devemos ser cautelosos em seus comentários para evitar interpretações equivocadas. No entanto, é importante ressaltar que estes eventos podem ser bem compreendidos quando estudados em conjunto com outros livros proféticos, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Apocalipse e outros.

Entre os versículos 21 e 45, são descritas mais detalhadamente as ações do “pequeno chifre”, o “anticristo” ou “o homem da iniquidade”. Aqui é possível compreender os significados dos termos “sobre a asa das abominações”, que nada mais é do que a forma usada por ele para tomar o poder e negar Deus, que são as intrigas e mentiras, e “abominação que causa desolação”, que será um falso deus criado pelo anticristo que causará muita destruição e a perseguição ao povo santo.

Também é descrito ali, de forma difícil de compreender, mas direta, como esse homem abominável destruirá a grande prostituta, descrita em Apocalipse 17 e 18. Também é deixado claro que ele causará muita destruição e a forma como ele perseguirá o povo santo. Um detalhe importante, a ser muito bem observado, é que o anticristo procurará aqueles que abandonam a verdadeira fé para corrompê-los e se tornarem seus seguidores. A sua derrota é anunciada no momento em que ele, juntamente ao seu exército, se acamparão na terra de Israel.