Apocalipse Capítulo 6 – Os seis primeiros selos

Daqui em diante começa a parte profética do livro, que sabemos ser cheia de símbolos e parábolas. Usando as informações do capítulo 1, podemos entender que esses símbolos, ou parábolas, têm que representar algo prático, ou seja, têm que representar algo que já aconteceu ou que irá acontecer. E, usando as informações do capítulo 1, temos que entender que tudo daqui em diante pode, e deve, ser compreendido. Devido ao fato de que as primeiras profecias do livro já se cumpriram, podemos compreender alguns dos símbolos através delas, e esses símbolos podem ser utilizados para compreendermos as profecias que ainda se cumprirão.

Os registros históricos utilizados para a compreensão e comprovação dos fatos expostos a seguir são de fonte segura, podendo ser facilmente encontrados por todos. Alguns dos fatos expostos são pouco conhecidos, mas muito bem estudados e comprovados pela ciência.

Os sete selos são a forma simbólica que Jesus usou para mostrar a João, e a nós, alguns eventos que aconteceriam no mundo. O texto a seguir expõe, de forma clara, o que foram esses eventos e quais foram as consequências deles para a humanidade. Se fossem divulgados corretamente, esses eventos serviriam como testemunho ao mundo sobre a grandeza de Deus e sobre as consequências dos nossos pecados. O simbolismo da profecia não nos diz as datas em que esses eventos ocorreriam, mas podemos identificar o seu cumprimento através da história, pois há registros históricos de eventos que se encaixam perfeitamente à interpretação dos símbolos da profecia.

O primeiro selo

“3 Quando o Cordeiro quebrou o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo:

— Venha!

4 E saiu outro cavalo, que era vermelho. E ao seu cavaleiro foi dado poder para tirar a paz da terra e fazer com que os homens matassem uns aos outros. Também lhe foi dada uma grande espada.

5 Quando o Cordeiro quebrou o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo:

— Venha!

Então olhei, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão.6 E ouvi o que parecia uma voz no meio dos quatro seres viventes dizendo:

— Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifique o azeite e o vinho.

7 Quando o Cordeiro quebrou o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo:

— Venha!

8 Vi, então, e eis um cavalo amarelo. O seu cavaleiro se chamava Morte, e o inferno o estava seguindo. E lhes foi dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio dos animais selvagens da terra.”

“1 Vi quando o Cordeiro quebrou o primeiro dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse som de trovão:

— Venha!

2 Vi, então, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa. E ele saiu vencendo e para vencer.”

O primeiro selo é quebrado imediatamente após o Cordeiro ser morto, ressuscitado e pegar o livro das mãos de Deus; isso é exposto no capítulo anterior. O primeiro evento marcante, que começou a ocorrer imediatamente após a ressurreição e elevação de Jesus, foi a forma como a pregação do Evangelho se espalhou por todo o mundo.

O cavaleiro branco representa o primeiro acontecimento após a elevação de Jesus: a pregação do Evangelho do Reino de Deus. A pregação da Fé em Deus e da salvação através de Jesus Cristo, seu Filho, o Evangelho do Reino, saiu vencendo e para vencer. O arco na mão do cavaleiro representa o pacto feito no sangue de Jesus; é possível concluir isso através da história de Noé: assim que Noé desceu da arca, Deus colocou o seu arco na nuvem como sinal da aliança entre Ele e o mundo de que não o destruiria mais com o dilúvio.

Os segundo, terceiro e quarto selos:

O segundo, o terceiro e o quarto selos, representam momentos de guerras, fome e pestes que viriam a acontecer no mundo. Guerras, fome e pestes, sempre existiram após a queda do homem, mas os eventos citados acima tiveram uma intensidade fora do normal e podem ser identificados em um momento específico da história. Esses eventos ocorreram após a saída vitoriosa do cavalo branco, ou seja, após a pregação do Evangelho se espalhar pelo mundo. Eles ficarão bem explicados ao buscarmos entender a simbologia apresentada na abertura do sexto selo e os eventos relacionados a ele; poderemos perceber que foram eventos que tiveram uma causa.

O quinto selo:

O quinto selo é uma mensagem para os que creram no Evangelho,  não negaram o nome de Jesus e cumpriram a obrigação de pregar e praticar a palavra de Deus. A mensagem é clara: muitos seriam mortos por serem fiéis a Deus. E, como sabemos, muitos cristãos foram perseguidos e mortos por pregarem o evangelho do reino de Deus, mas a roupa branca, que representa o fato de serem considerados santos e justos, o que significa a vida eterna, é a sua recompensa.

“9 Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.10 Clamaram com voz forte, dizendo:

— Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

11 Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi pedido que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como eles tinham sido.”

“12 Vi quando o Cordeiro quebrou o sexto selo. Houve um grande terremoto, o sol se tornou negro como pano de saco feito de crina, a lua ficou toda vermelha como sangue,13 as estrelas do céu caíram sobre a terra, como a figueira deixa cair os seus figos verdes quando sacudida por um vento forte,14 e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então todos os montes e as ilhas foram movidos do seu lugar.15 Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes16 e disseram aos montes e aos rochedos:

— Caiam sobre nós e nos escondam da face daquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro!17 Porque chegou o grande Dia da ira deles, e quem poderá subsistir?”

O sexto selo:

O sexto selo simboliza um evento ocorrido durante o século 6, que teve seu auge no ano de 536. É um evento pouco divulgado, mas encontrado nos livros de história. Este é um evento que recentemente foi alvo de estudos científicos que buscaram compreender o que causou aquilo; grandes pesquisadores de universidades renomadas buscaram entender o que causou o evento que ficou conhecido como “época obscura”. Chegaram à conclusão de que no início de 536, um grande vulcão na Islândia expeliu cinzas que cobriram a Europa, o Oriente Médio e parte da Ásia, causando uma névoa que durou 18 meses e fez com que fossem perdidas colheitas ao longo de muitos anos, causando fome generalizada. Também nesse período houve a chegada da peste bubônica na Europa e grandes guerras assolaram o mundo. Este é um fato histórico que está à disposição de qualquer um que queira estudá-lo em detalhes; basta uma breve pesquisa sobre o termo “época obscura”, ou sobre o ano de 536.

Houve um grande terremoto, o sol se tornou negro como pano de saco feito de crina, a lua ficou toda vermelha como sangue,13 as estrelas do céu caíram sobre a terra, como a figueira deixa cair os seus figos verdes quando sacudida por um vento forte,14 e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. - No ano de 536, houve a erupção de um grande vulcão, que sabemos que sempre é acompanhado por terremotos, e que expeliu cinzas o suficiente para fazer com que o céu escurecesse em praticamente todo o mundo; o sol e a lua deviam ser vistos por trás das cinzas, o sol com seu brilho fraco e a lua avermelhada; com certeza não era possível ver as estrelas.

Isso trouxe muita fome, doenças e muitas guerras, o que deixa claro o momento em que se cumprem o segundo, terceiro e quarto selos.

É encontrado nos livros de história que nessa época, ao longo dos séculos 5, 6 e 7, houve grandes mudanças entre os reinos e impérios que dominavam, fato que é simbolizado pela frase: “Então todos os montes e as ilhas foram movidos do seu lugar.”. Foi nessa época que o império romano foi dividido e ocorreu o que os historiadores chamam de fim da antiguidade clássica e o início da idade média.

“Os reis da terra, os grandes... se esconderam nas cavernas...” – Outro fato, que pode ser encontrado em documentários ou em uma rápida pesquisa, é uma rede de túneis chamada Erdstall; esta rede cobre praticamente toda a Europa, desde a Escócia até a Turquia. Até o ano de 2016, já haviam sido encontrados mais de dois mil túneis, e mesmo estudando o interior destes túneis, os cientistas não encontraram o motivo da existência de tais obras, fato que pode estar ligado ao “todos se esconderem em cavernas”.