Apocalipse Capítulo 8 e 9
O sétimo selo:
“1 Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo, houve silêncio no céu durante quase meia hora.2 Então vi os sete anjos que estão em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
3 Veio outro anjo e ficou em pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e lhe foi dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono.4 E da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos.5 Então o anjo pegou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.”
O silêncio no céu indica que haveria um período de tempo sem novos eventos vindos da parte de Deus contra a humanidade, fato que ocorreu exatamente como descrito. Após os eventos ocorridos durante o século 6 o mundo entrou em relativa paz. Nesse período de tempo o mundo teve “paz”, mas houve muitas perseguições aos cristãos fiéis, os santos, isso também pode ser observado nos livros de história. Esse período ficou conhecido como idade média ou idade das trevas; foi um período em que a igreja romana exerceu grande domínio sobre boa parte do mundo. Também nesse período surgiu o islamismo, outro forte perseguidor dos cristãos. Devido ao período histórico representado aqui, o incensário de ouro lançado à terra parece representar as orações dos verdadeiros adoradores de Deus que foram perseguidos e mortos durante a idade média.
Seguindo uma linha de tempo, após esse período de “paz” é um fato histórico que, ao longo do século 14, houve o início do fim do feudalismo, o que durou até meados do século 16. Esse evento trouxe consigo muitas guerras, revoluções, movimentos filosóficos e mudanças sociais, o que podemos associar ao simbolismo da frase: “E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.”. Essa informação se repete ao longo do livro e dará certeza ao sentido dessa interpretação. A seguir, também veremos que é durante o século 14 que se cumprem os eventos relacionados ao toque das seis trombetas.
A primeira trombeta:
A primeira trombeta simboliza os próximos eventos determinados por Deus, e estes eventos estão bem explicados nas trombetas seguintes. O “granizo e fogo misturados com sangue” simboliza eventos que podem ser perfeitamente associados a fatos ocorridos durante o século 14 e suas consequências, que afetaram a humanidade até meados do século 15.
Durante o século 14, houve um período em que ocorreram grandes mudanças climáticas em todo o mundo; houve eventos climáticos extremos que trouxeram muita fome, doenças e guerras. Locais frios e chuvosos ficaram muito mais frios e chuvosos; a Europa, por exemplo, entre 1315 e 1322, registrou um resfriamento significativo, período que ficou conhecido como a Pequena Idade do Gelo, o granizo. locais quentes e secos ficaram mais quentes e passaram por secas extremas, o fogo. Outra possível explicação para o fogo é o que causou tudo isso, veremos isso a seguir. Essas mudanças climáticas causaram perdas de colheitas e a morte de animais, e, por consequência, a fome, guerras e a peste negra, que foi potencializada pela desnutrição extrema, o sangue. Isso é o granizo e o fogo misturados com sangue; como veremos a frente as trombetas seguintes estão relacionadas a isso e nos mostram como o Senhor causou tudo isso.
A segunda trombeta:
“O segundo anjo tocou a trombeta, e uma espécie de grande montanha em chamas foi atirada ao mar. Uma terça parte do mar se transformou em sangue, e morreu a terça parte das criaturas do mar, e foi destruída a terça parte das embarcações.”
Isso nos indica o que Deus usou para causar os eventos climáticos extremos descritos na primeira trombeta; há estudos que indicam que esses eventos climáticos foram desencadeados por um grande vulcão, o que se encaixa perfeitamente à descrição de uma grande montanha em chamas. Hoje, devido à ciência, sabemos que um grande vulcão pode desencadear grandes mudanças climáticas em todo o mundo. A terça parte do mar, das criaturas do mar e das embarcações destruídas, simbolizam a morte de um terço das pessoas das nações, fato que ocorreu durante o século 14 e é muito bem registrado pelos livros de história.
A terceira trombeta:
“O terceiro anjo tocou a trombeta, e uma grande estrela, queimando como uma tocha, caiu do céu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas. O nome da estrela é Absinto. E a terça parte das águas se transformou em absinto, e muitas pessoas morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargas.”
A terceira trombeta nos dá mais detalhes do que esse evento causaria: faria com que as fontes de água se tornassem absinto. Ou seja, faria as fontes de água se tornarem amargas, ou trazerem amargura à vida das pessoas. Sabemos que as fontes de águas são as chuvas; essa amargura representa o fato de que, ou a falta de chuvas, ou as chuvas em excesso, trariam amargura para a vida das pessoas da época.
A quarta trombeta:
“12 O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e uma terça parte do dia, e também da noite, ficasse sem luz.13 Então vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com voz forte:
— Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa do som das outras trombetas que os três anjos ainda vão tocar!”
A quarta trombeta nos indica como tudo isso foi causado, e isso é um fato que é muito conhecido nos dias de hoje. Como dito anteriormente, hoje, sabemos que um dos efeitos de uma grande erupção vulcânica é causar grandes mudanças climáticas que podem afetar todo o mundo. Isso ocorre porque as cinzas vulcânicas lançadas na atmosfera podem bloquear parte da luz solar que chega à Terra, afetando o clima e as plantações. Ou seja, cinzas vulcânicas bloquearam a terça parte de toda a luz que chegava à superfície da Terra. É surpreendente como a profecia detalha o evento e as suas causas com perfeição; isso é para que não haja como negar a ligação dos fatos descritos aqui aos eventos ocorridos ao longo do século 14.
Os três ais indicam quão terríveis são as consequências do que se seguirá.
A quinta trombeta:
“1 O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que tinha caído do céu sobre a terra. E lhe foi dada a chave do poço do abismo.2 Ela abriu o poço do abismo, e dele saiu fumaça como a fumaça de uma grande fornalha. E o sol e o ar se escureceram com a fumaça saída do poço.3 Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e lhes foi dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra.4 E lhes foi dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma, e tão somente às pessoas que não têm o selo de Deus na testa.5 Também não lhes foi permitido que os matassem, mas que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém.6 Naqueles dias, as pessoas buscarão a morte e não a encontrarão; também terão desejo de morrer, mas a morte fugirá delas.
7 O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a batalha. Na cabeça deles havia como que coroas parecendo de ouro, e o rosto deles era como rosto de um ser humano.8 Tinham também cabelos, como cabelos de mulher; e os dentes eram como dentes de leão.9 Tinham couraças, como couraças de ferro. O barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros puxados por muitos cavalos, quando correm para a batalha.10 Tinham ainda cauda, como escorpiões, e um ferrão. Na cauda tinham poder para causar dano às pessoas, por cinco meses.11 Tinham por rei sobre eles o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.
12 O primeiro aí passou. Eis que, depois destas coisas, vêm ainda dois aís.”
O início da descrição da quinta trombeta reforça, e dá sentido, a tudo o que foi dito anteriormente. A estrela que abre o poço do abismo indica que tudo foi causado por um anjo enviado por Deus. A fumaça de uma grande fornalha saída do poço do abismo indica claramente o que causou os eventos descritos a seguir. A fumaça de um grande vulcão bloqueou parte da luz do sol, da lua e das estrelas, causando mudanças climáticas que tornaram as fontes de água, as chuvas, motivo de amargura, trazendo a fome, guerras e a peste negra, matando e destruindo a terça parte das criaturas do mar e das embarcações, que aqui são os homens e as suas cidades.
Como dito anteriormente, hoje, graças à ciência moderna, sabemos que as consequências de uma grande erupção vulcânica podem ser mudanças climáticas extremas. O que nos é descrito aqui é justamente isso: as consequências de um grande vulcão despertado por Deus; a estrela parece representar um anjo enviado por Deus para essa tarefa. Da fumaça saem os gafanhotos; todos sabemos que os gafanhotos destroem completamente as plantações por onde passam, deixando a destruição e a fome, e, como vimos anteriormente, a fome foi causada pelas consequências da fumaça de um vulcão. Aqui, os gafanhotos simbolizam a consequência dessa fumaça: a destruição de plantações e a fome. O fato de os gafanhotos causarem dano como os escorpiões indica que, assim como os escorpiões raramente matam com a sua ferroada, mas trazem dor e sofrimento, essa fome não seria a causa direta do grande número de mortes, mas traria muito sofrimento aos homens. Foi exatamente o que aconteceu ao longo dos séculos 14 e 15; foram tempos de muita fome e sofrimentos causados pelas dificuldades no cultivo de alimentos; há registros de vários eventos de falta de alimentos ocorridos ao longo desse período.
“O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a batalha. Na cabeça deles havia como que coroas parecendo de ouro, e o rosto deles era como rosto de um ser humano.8 Tinham também cabelos, como cabelos de mulher; e os dentes eram como dentes de leão.” – A descrição dos gafanhotos indica quem eles afetariam, e como afetariam as pessoas. A destruição das plantações trouxe muitas guerras. As coroas, o rosto de homem e o cabelo de mulher parecem indicar que isso afetaria a todos, homens e mulheres, inclusive ricos e poderosos. Os dentes de leão podem indicar que os gafanhotos trariam uma grande fome, ou algo pior: motivados pela fome, algumas pessoas despertariam um instinto assassino, é possível compreender isso baseado em relatos de que, na época, pessoas matavam seus animais de estimação para se alimentarem deles, e até mesmo o canibalismo era praticado.
“Tinham ainda cauda, como escorpiões, e um ferrão. Na cauda tinham poder para causar dano às pessoas, por cinco meses.” – O fato de os gafanhotos causarem dano com a cauda por cinco meses indica o período de tempo que eles trariam sofrimento ao mundo. A passagem destes eventos trouxe a fome e as doenças por mais de um século na Europa e no mundo.
Os eventos descritos acima, e a seguir, fazem parte de um período chamado pelos historiadores de “A Crise do Século 14”, e a sua descrição pode ser facilmente encontrada em livros de história.
A sexta trombeta:
“O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve granizo e fogo misturados com sangue, e foram atirados à terra. Então foi queimada a terça parte da terra, foi queimada a terça parte das árvores, e também toda a erva verde foi queimada.”
“13 O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que se encontra na presença de Deus,14 dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta:
— Solte os quatro anjos que estão amarrados junto ao grande rio Eufrates.
15 Então foram soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte da humanidade.16 O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número.17 Assim, nesta visão, pude ver que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saíam fogo, fumaça e enxofre.18 Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da boca dos cavalos, foi morta a terça parte da humanidade.19 Pois a força dos cavalos estava na boca e na cauda deles. As caudas deles eram semelhantes a serpentes, com cabeças, e com elas causavam dano.
A sexta trombeta completa as consequências dos eventos anteriores descrevendo a peste bubônica, ou peste negra. A Peste Negra foi um surto de peste bubônica que atingiu a Europa ao longo do século 14, entre os anos de 1347 e 1351, resultando na morte de 1/3 da população. Na verdade, a peste atingiu praticamente todo o mundo, mas os números, e a história, foram mais bem registrados pelos europeus. Exatamente como descrito no toque da sexta trombeta, uma em cada três pessoas na Europa morreu afetada pela peste, fato que pode ser analisado em qualquer livro de história do ensino médio. A grande desnutrição, causada pela fome, foi o que potencializou o surto da doença.
A descrição dos cavalos indica a forma como a peste era transmitida: os ratos, infestados de pulgas, e movidos pela fome, se espalharam por grande parte do mundo, carregando consigo as pulgas que se espalhavam por onde eles passavam e eram os agentes transmissores da doença. O fogo, a fumaça e o enxofre se referem aos sintomas desta doença, que resumidamente são: febre alta, manchas negras na pele, tosse com sangue, dificuldade para respirar, diarreia e vômitos. As caudas dos cavalos, que eram semelhantes a serpentes, representam as pulgas que ficavam após a passagem dos ratos, e o fato de com elas causarem dano representa o fato de que as pulgas eram as responsáveis pela transmissão da peste.
“O resto da humanidade, isto é, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeu das obras das suas mãos: eles não deixaram de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. Também não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua imoralidade sexual, nem dos seus furtos. “
Por não terem reconhecido esses sinais como sinais divinos, o mundo não deu a devida glória à palavra e ao poder de Deus, que avisou antecipadamente que faria tudo isso. É um fato inegável que, mesmo após todos esses sinais, os homens não despertaram para Deus e para a sua Palavra.
Isso é um recado para todos: mesmo após tamanhos sinais, a humanidade não dá a devida honra e glória a Deus. Mesmo após os grandes flagelos ocorridos durante os eventos anteriores, a humanidade não reconheceu que é Deus quem governa o mundo, e continuam ignorando a sua Palavra e não abandonam a prática dos seus pecados. Mesmo algumas igrejas de hoje não reconhecem esses eventos como sinais divinos. Mesmo algumas igrejas de hoje não reconhecem esses eventos como sinais divinos, seja por falta de Fé, por falta de conhecimento da história - o que deveria ser sanado por uma liderança sábia - ou por estarem recebendo conhecimento de fontes contaminadas.
O que precisa ter ficado claro até aqui é que as profecias do livro são passadas de forma muito simbólica, mas todas elas simbolizam eventos ocorridos e são completamente possíveis de serem compreendidas. Também é possível perceber que todas são ligadas a fatos ocorridos com a aparência de algo natural, ou seja, todas as profecias anteriores simbolizam eventos direcionados por Deus, mas nenhuma delas ocorreu de forma sobrenatural ou de forma que deixasse absolutamente clara a influência de Deus sobre os fatos. É evidente que isso ocorre propositalmente.
Então, devido ao fato de os eventos identificados até aqui serem eventos já passados e amplamente registrados nos livros de história, torna-se fácil sua identificação e compreensão. Devemos seguir o modelo deixado pelos eventos anteriores para a compreensão de todo o restante da profecia. Também é importante observar que os eventos anteriores seguem uma linha de tempo; veremos que essa linha de tempo é continuada até os nossos dias e isso é importante para a correta compreensão de todo o livro.
Conheça a Verdade e seja uma